Neste início de ano vemos em muitas cidades do Brasil principalmente nas pacatas comunidades interioranas a manifestação legítima, ainda que em algumas localidades com menos força, de um grande costume e porque não tradição da cultura brasileira.
Estamos falando das crianças que ao amanhecer do primeiro dia de cada ano te acordam gritando em coro”BOM DIA, BOM PRINCIPIO DE ANO NOVO!” e em troca você sonolento e muitas vezes de ressaca entrega a eles algumas moedas, doces e guloseimas das mais diversas.
E na nossa comunidade de IBITIRUI/ENGANO não é diferente. Nós mesmos que aqui escrevemos úteis e dedicadas matérias neste blog quando de nossa tenra idade fomos seguidores inabaláveis deste tão apreciado costume.Mais a pergunta que nos fazemos é da origem deste fato. Bem infelizmente não temos uma resposta precisa e nem tampouco, para nossa frustração, chegamos perto disso.
Sua possível origem nos remete a três possíveis países o que não necessariamente significa que surgiu apenas em um deles. São eles Itália, Portugal e Espanha. Ao que tudo indica é uma tradição que data da idade média as crianças saiam pedindo dinheiro depois da missa que celebrava a passagem do ano desejando um bom principio de ano com a finalidade de comprar doces, mas na realidade ninguém sabe ao certo.
Outra possível origem é a de que em tempos remotos, as comemorações das comunidades tradicionais na passagem de ano, se dava através da peregrinação dos homens das casas que iam de casa em casa comemorando, bebendo e comendo e recrutando novos homens para a peregrinação que varava a noite. Nesse meio tempo as crianças (meninos) que eram obrigadas a acompanhar os pais com a intenção de perpetuar os costumes se aproveitavam da crescente embriagues dos adultos para, ao mesmo tempo em que lhes desejavam um bom principio de ano, pedir-lhes dinheiro para comprar doces.
Em nossa pesquisa perguntamos a membros antigos da comunidade (pessoas com quase 80 anos) que relataram que quando crianças realizavam a tradição com toda a euforia e que ao que se lembram já era um costume consolidado em sua infância.
Pela rede pudemos ver diversos comentários de pessoas de inúmeras cidades por todo o país que relatam a ocorrência deste fato em todo o território nacional. É claro que não se encontra a história desta forma por ai. Estas hipóteses são resultados da montagem de incontáveis dados picados obtidos de inúmeras fontes notavelmente confiáveis.
De certo o que mais se pode afirmar é que apesar do ligeiro incomodo é gratificante a alegria das crianças ao receber aqueles poucos centavos. E diante disso oferecemos a nossos leitores a oportunidade de escrever sobre o que sabem e suas experiências com este costume, convite que foi prontamente aceito por um dos mais assíduos leitores do blog e que você pode conferir agora.
Texto enviado por Roberto
"Uma das curiosidades de Ibitiruí/Engano - Alfredo Chaves, ES, é a tirada do Bom Princípio. Não se sabe como surgiu, pois os mais antigos moradores ainda vivos já tiravam o Bom Princípio quando eram crianças.
O Bom Princípio consiste em ir de casa em casa no dia primeiro de Janeiro, primeiro dia do ano, normalmente em grupos - de crianças - e bem cedo, e em coro dizer: Bom Dia Bom Princípio do Ano Novo! Em troca os donos da casa dão dinheiro - a quantidade varia de casa para casa, girando em torno de cinquenta centavos a um real.
Na minha época de criança, e olha que faz bastante tempo, devido no Engano residirem poucas famílias e a vida ser mais difícil, ganhávamos o suficiente para comprar uns poucos refrigerantes e alguns doces, sem muita opção de escolha, pois a oferta de variedades era bem pequena!
Ganhávamos também pedaços de bolo, balas e cavacos( massa de trigo frita que também recebe o nome de crosti, latuga ou mentira). Era uma verdadeira festa que se repete até os dias atuais, onde cada um de nós procura manter a tradição!
Observamos que a tirada do Bom Princípio acontece também em outras partes de Alfredo Chaves"
Teremos novidade na Páscoa, com outra tradição!
Texto: Roberto Fortunato Fiorin
Envia tambem sua história sobre Alfredo Chaves para: diariodoengano@gmail.com
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Matéria escrita por:
André Fiorin
